quarta-feira, 24 de outubro de 2012

ROGÉRIO MINOTOURO VEM AI!









Rogério Minotouro.

O ano era de 2.005

o tatame da Brazilian Top Team estava lotado.
José Mário Sperry de malha preta e crônometro na mão, suando em bicas gritava o treino dos irmãos Nogueira, e ao centro estava Rogério jogando por baixo com sua perigosa meia guarda, os adversários iam mudando de acordo como José Mário mandava, enquanto Rogério não saia do meio, o treinador fez sinal pra mim, eu seria o próximo a entrar e então pensei: "Não vou ser raspado de jeito nenhuma nessa meia guarda, vou dar meu sangue"
Rogério se preparava para encarar no Pride Maurício Shogun Rua, num clássico BTT versus Chute Boxe que depois se tornou uma das melhores lutas de todos os tempos. Eu fui empurrado pra cima de Rogério que estava perto de completar os dez minutos direto, eu fiz a pressão maior que pude, fiz a força que o meu corpo pode me dar e em pouco mais de 2 minutos já tinha caído numa armadilha e sendo raspado; de meia guarda. Essa era a marca registrada do Nogueira, seu excelente chão.

Depois de se tornar um dos grandes nomes do Jiu-jitsu em eventos de Vale Tudo/MMA Rogério começou um treinamento de Boxe com Mestre Dórea que desencadeou em Rogério uma faceta até então revelada de uma forma não tanto explícita, mas que diante dos treinos no dia a dia a descoberta que ele tinha uma aptidão acima do normal no Boxe, fez com que ele se lança-se num desafio que nos encheria de orgulho e que mudaria sua forma de lutar significadamente, ele se lançou num sonho de disputar um Jogos Panamericano, assim o fez e se sagrou medalhista com uma honrosa e bonita medalha de bronze, marcando seu nome assim para sempre no livro dos medalhistas em Jogos Panamericanos do Brasil.

Alguns especialistas e até mesmo ex companheiros de treino começaram a criticar a nova postura de Rogério dentro dos cages e ringues, por deixar o Jiu-jitsu de lado e ter o Boxe como seu carro chefe em suas apresentações. É verdade que a sua estréia no UFC não poderia ter sido melhor, com um nocaute impressionante em cima de uma das promessas do Brasil na categoria, Luis Banha Cane, em contrapartida, chegamos a ver um Rogério sem soltar o jogo em determinadas situações com medo de tomar quedas e perder por pontos, mas já o vimos buscar a luta e o adversário correr do confronto, pontuar com pouca ação, usar as regras e vencer. Tive também o "desprazer" de ouvir que ele estava ultrapassado, que UFC não dava mais pra ele, como já ouvi isso do Lyoto, do Shogun e do seu irmão Rodrigo e todos sabemos como cada um deles calou os mais pessimistas pedi em silêncio uma nova oportunidade para Rogério.
Durante esses 8 anos que acompanho a carreira de Rogério mais de perto, tenho observado o quanto ele evoluiu como lutador e amadureceu como homem. Da paternidade a contusões vencidas, as adversidades da vida o tornaram um ser humano melhor ainda.
Estive com Rogério no Rio para acompanha-lo numa sessão de treino onde podemos conversar muito antes e depois e fiquei feliz com que ví no treino puxado por Erivan Conceição e na preocupação de Rogério em deixar o Jiu-jitsu afiado, aos cuidados do Everaldo Penco que vem fazendo um trabalho excelente como um todo na equipe Team Nogueira.

Treinando forte novamente, plenamente recuperado, com o Jiu-jitsu em dia,com um fóco especial no Wrestling, boa preparação física e soltando o jogo, vejo Rogério forte candidato a rankear rapidamente com duas a três boas aparições, novamente a um lugar que lhe é de direito, na fila dos contenders.
Bem treinado, focado, com a cabeça boa, Rogério tem tudo para nos dar muita alegria,

eu acredito, e você?





























                                                                        Olivar Leite.

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