quarta-feira, 23 de outubro de 2013

UM CONTO RUSSO...


Segue um texto de Riccardo Rambo um cara que eu tenho a honra de chamar de amigo (sem autorização)
Riccardo me faz perceber o quanto preciso exercitar minha leitura e o quanto eu tenho que estudar.
Fã do seu trabalho, e olha que com 32 anos de musculação, consumindo alguns livros e comendo ferro em todo canto do País com os mais diversos malucos, "cabeças" e atletas de alto nivel, confesso que não sou fã do trabalho de muita gente, principalmente de umas"lendas" criadas no MMA que não passam de campeões de overtrainning e ou campeões de " saladas de exercícios " com "joga tudo junto que no final pode dar certo "
Ricacrdo é simples, direto e obijetivo, tem conhecimento e pratica o que ensina, isso no meu entender é fundamental. 
Vamos deixar de papo e curtir " Um conto russo" 




Um conto russo... (Riccardo Rambo)




Uma parte da vida pessoal do Verkhoshansky é triste e sofrida, mas ao mesmo tempo genial. Talvez seja essa a maior identificação que tenho com ele (mas essa é uma outra história...). 
Primeiro, na adolescência, a impossibilidade de ser músico (Jazz era coisa de burguês na CCCP). 
Depois a falta de apoio e reconhecimento pelas suas "descobertas" (não se treinava força nos esportes. "peso deixava o atleta lento".). 
Ele criava novos métodos de treino, ninguém reconhecia e um monte usava escondido... Mais tarde acho que começou a virar perseguição.
A descoberta do salto profundo (acho que no inverno de 48 ou 54) foi uma coisa tão forte e "absurda" como, sei lá, a física quântica... Os velhos e principais treinadores (existia uma forte hierarquia) simplesmente deram de ombros: "mais uma loucura do barbudo!"
Essa cena eu imagino dessa forma: após comprovar no laboratório os resultados positivos do seu método de choque - salto profundo, que na prática estava levando a quase todos seus atletas de atletismo passarem ao prestigiado patamar de "Mestre do esporte" (atleta de alto nível na CCCP), Verkhoshansky sai correndo para levar seu trabalho aos outros treinadores. Estes olham assustados os resultados e, apertando os olhos, olhando uns para os outros, começam a rir e debochar: "um salto vai melhorar a performance ?! Só o Verkhoshansky mesmo!". Os treinadores devolvem o trabalho e Verkhoshnsky senta no chão frio, pensando alguns segundos sobre seus achados. "Eles estão corretos!", ele pensa. Mas na antiga CCCP não ia adiantar nada... Verkhoshansky pega o seu trabalho e joga no lixo, sem saber que escondidos atrás de uma parede, os treinadores esperam ele se afastar para avançarem, como lobos, em cima da descoberta...
Anos após esta cena, Fred Wilt lançou a "pliometria" (teve contato com esses treinadores soviéticos, que como eram os mais importantes, eram os que viajavam para fora da cortina de ferro); Tudor Bompa copiou (mal) Matveev e quis misturar com Verkhoshansky e, disse que inventou o lance da superposição (chegou a fugir do Verkhoshansky em um congresso não sei se na Europa ou América); Mel Siff chegou de mansinho como um bom amigo, "papagaiou" todo o seu trabalho, não pagou os direitos autorais, mudou coisa nos livros sem informar o Verkhoshansky (algumas informações estão erradas!), se apropriou de muitos conceitos do Verkhoshansky, lançou outras edições do livro "Supertraining" sem informar o Verkhoshnsky (por isso que o Verkhoshansky lançou o "dele", a sexta edição); o Yessis é outro ladrão...
O pior de tudo foi, como esse povo todo nunca entendeu profundamente o trabalho do Verkhoshansky, muita merda (não achei outro sinônimo...) foi escrita!
Mas isso é apenas um conto russo...
A história real e a verdade é que Yuri Verkhoshansky criou o método mais potente e eficaz de melhora de performance... Tão mágico como... O Jazz!



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