Pela academia Dojô lutamos de faixa branca e azul, vários campeonatos e para eles treinavamos duro e esses treinos, verdadeiras batalhas dentro do tatame que travavamos, nos aproximou e muito. Da faixa azul em diante segui outros caminhos no Jiu-jitsu mas a nossa amizade que é verdadeira permaneceu, assim como a de todos os outros guerreiros dessa época de ouro do Jiu-jitsu no Maranhão, época que íamos a Brasileiro com 6, 7 cabeças e todos voltavam com medalhas, época esse que quem viveu viveu, quem não viveu escuta história.
Adnaldo demostrou que nada impede um homem de praticar algo que ele realmente ama. Quando dava aulas de Jiu-jitsu, Adnaldo com lesões seríssimas no joelho e na coluna, passava na academia e me dizia sobre a saudade de treinar e do quanto ele estava estudando. Hoje Adnaldo passou no concurso para Procurador do Banco Central do Brasil, nos enchendo de orgulho e semana passada merecidamente recebeu a sua faixa preta das mãos do seu Mestre James Adler, Adnaldo me escreveu logo depois que foi graduado:
"Oliwallid,
Você é um dos que sabe muito bem a importância que o Jiu-Jitsu tem na minha vida.
Primeiro pelas amizades que conquistei ao longo de tantos anos de treino. Aliás, tenho convicção de que o amor dos meus irmãos de tatame (você é um deles, não preciso nem dizer) é o título mais valioso que possuo.
O Jiu-Jitsu me ensinou que para atingir um objetivo na vida, dentro ou fora do tatame, é preciso determinação e perseverança. Quando você quer alguma coisa (ganhar um campeonato, passar num concurso público, resolver um problema no trabalho ) tem que trincar os dentes, colocar sangue nos olhos e ir pra cima. Fazer isso é o que nos torna campeões, independente do resultado.
Ser graduado pelo Mestre James Adler foi uma grande honra. Carrego a bandeira da DOJO tatuada no braço, mas o verdadeiro lugar dela é no meu coração.
Tenho saudade daqueles nossos treinos que faziam muita gente dar meia volta quando chegava na porta da academia!!!!
Um abração. "
Adnaldo Filho.