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segunda-feira, 18 de outubro de 2021

JORGE BRITO : O SAMURAI MODERNO !

 




É com um pouco de atraso mas com o coração cheio de alegria que trago para vocês uma entrevista muito bacana feita com um cara que eu já admirava mas depois de conhecer sua história estou muito fã, conheça também a excelente história de Jorge Brito, o Samurai moderno ;


Iniciei o bate papo pedindo que ele rebuscasse  o passado, quando começou seu envolvimento com as artes marciais e com o Jiujitsu :



Bem, comecei nas artes maciais com o jiu-jitsu mesmo, tive uma breve tentativa com o taekwondo e o kung fu, devia ter  uns 10 pra 11 anos, cheguei na academia de taekwondo, achei muito difícil, fiz uma aula experimental e quando fui na academia de kung fu eu fiquei intimidado, uma molecada de kimono preto, gritando, fazendo aqueles chutes, falei “caramba!”.

 Então deixei meio que a arte marcial de lado. Eu já jogava futebol, adorava jogar, jogava ali no América, aí o América foi  vendido e virou o Shopping Iguatemi e nisso o futebol acabou virando um hobby, mas eu já tava começando a flertar com o  jiu-jitsu porque meus amigos já estavam fazendo, então um dia, só pra acompanhar a galera, fui lá pra ver eles treinarem,  em uma academia chamada Cardoso Junior cujo professor era o Flávio Figueiredo, professor esse que deu a faixa preta para Hannete Quadros junto com Fernando, ele tava meio que passando o bastão para o Fernando, Fernando Carlson Gracie, é faixa  preta do Carlson, e o Flávio tava passando o bastão pra ele tomar conta da academia enquanto ele ficava supervisionando ali e dando umas aulinhas, mas nesse dia o Flávio tava tomando conta, meus amigos começaram lá o treino ele foi e perguntou : “Você vai ficar só olhando?!”, aí respondi “Sim”, aí ele me chamou pra participar e eu de bermuda jeans e parte de cima do kimono, totalmente informal, tava terminando de pintar uma parede do dojo e aí ele me ensinou a saída de quadril ali no  chão mesmo, me ensinou saída de montada, se não me engano americana, ele me falou um pouco dos objetivos do jiu-jitsu né, aí ele me botou junto com a galera que tava treinando e eu me embolei lá com os caras, naquele pique de pressão né, não tinha  como eu falar não pros caras né e numa dessa aí eu dei um gogó em alguém lá, não sei nem o que eu fiz, mas o cara bateu e  cara aquilo me deu uma força, um encorajamento, pensei “Caraca essa arte marcial é pra mim”. 

Então naquele momento ali eu me apaixonei pelo jiu-jitsu, pelo fato de eu sempre ter me sentido um cara bem limitado, eu tinha uma dificuldade, uma falta de confiança muito grande, muita insegurança, então aquilo me deu uma força né, me deixou forte, então fiquei apaixonando, aí eu comecei a treinar, comecei a treinar muito mais que meus amigos e comecei a competir  já com 3 meses fazendo jiu-jitsu e o treino do Fernando era sangue no olho, botava a gente pra ralar, então me botou pra competir, me lembro que não tinha mimimi, eu era juvenil, quando não tinha campeonato de juvenil ele me botava nos de adulto, lembro que quando eu fui graduado passei direto pra azul. Enfim, esse foi meu início.


Quis saber do seu relacionamento com as Gracie Tijuca e Humaitá :



Então comecei a treinar jiu-jitsu, dois anos bem intensos da academia do Fernando Nutry Baby, em contra partida acabei virando Carlson Gracie né, as vezes a gente ia lá fazer seletivas, fui na academia Figuerêdo Magalhães, tudo isso faixa azul juvenil, mas ali no meio do jiu-jitsu na minha vizinhança eu conheci um amigo meu Fábio, as vezes a gente ia na casa de um amigo em comum e ele colocava uma lona e ali meio que a gente treinava né, fazia uns vale tudozinho , saía na mão ali, botava a molecada da escola e a gente que fazia jiu-jitsu se destacava ali né, acabava batendo nos garotos que não sabiam jiu-jitsu né, aí nessa eu conheci o Fábio, sobrinho do Vinícius, um dos professores principais da Gracie Tijuca na época, isso por volta de 96, 97 e a gente começa essa amizade aí, até o momento que o Fernando recebe uma proposta pra ir morar no Espírito santo se eu não me engano e ele vai, aí acaba a operação da academia, tive que procurar outra academia pra treinar então fui procurando ali as opções perto da minha casa e fez sentido ir conhecer a Gracie tijuca, por causa do Fábio, ele me convidou, e não tive dúvidas que era pra ficar, até porque o Fernando, meu mestre, falou: “Cara, é uma escola da raiz né, academia Gracie, então vai pra lá, que você estará em boas mãos”, não fazia sentido eu ir pra qualquer outra academia porque eu não tinha dinheiro na época, muito novo, já passava por uma situação difícil, então fui pra Grace tijuca. Cheguei lá no primeiro dia já fiquei louco, um tatame enorme na época, um dos maiores da América Latina, e eu vim de uma academia pequena fiquei maravilhado, um montão de parceiros de treino, primeiro treino foi com o Gilberto que tinha acabado de ser campeão mundial, isso em 97, tinha acabado de ganhar a faixa roxa eu n vi nem a cor do tatame, sabia nem o que estava acontecendo, nesse momento eu percebi que era ali que ia ficar, aqui que eu vou melhorar né, dali eu conheci o Vini, fazia aula com o Saulo Ribeiro naquela época tava começando a formar o seus guerreiros, começando um grupo de elite e com muito orgulho posso falar que fiz parte desse grupo, passamos por uma linha de treinamento muito forte, e o Saulo conquistou o mundo né. Enfim, a chegada na Gracie foi realmente uma virada pra desenvolver meu jiu-jitsu, até que em 97 tomei a decisão de viver do jiu-jitsu. Tudo que eu conquistei foi por meio da academia Gracie, Deus me abençoou e me permitiu estar ali com pessoas maravilhosas ao meu redor, mentores, Vinícius, uma figura paterna, o Saulo era nossa energia, nosso combustível, fenomenal, todos os meus amigos, eu comecei a sentir que eu fazia parte de uma família, uma familia que um dava suporte pro outro e crescer ali com um dos grandes da época como Renato Barreto, se eu for citar nomes aqui, vamos ficar o dia inteiro. Todo treino era final de mundial, Saulo ali liderando a equipe de competição, depois juntava todo mundo ali. Foi em um desses treinos de mundial que eu tomei uma decisão seguindo um conselho de um grande campeão, Wellington, ele tava fazendo o treino, já morava fora , eu tinha o patrocínio de uma lavanderia que minha mãe trabalhava, que eu podia lavar os kimonos e fazer uma grana por fora, ia de bicicleta levando os kimonos e o Megaton me ajudava ali no inglês com os alunos dele. Só podia treinar quem estivesse classificado para o mundial e em 97 eu não estava classificado, eu perdi a seletiva, não fui campeão estadual enfim, não podia lutar o evento principal mas eu ficava ali e fazia a limpeza da academia, lavagem dos kimonos, sabe como é né aqueles ratos de tatame faixa azul que passava o dia na academia. O Megaton sentou do meu lado e disse “tu trabalha pra caramba, tu corre atrás, mas presta atenção, lá fora tem muita oportunidade, o jiu-jitsu ainda vai crescer muito cara, aprende a falar inglês e aprende a dar aula, lutar e competir tu vai fazer a vida inteira, e se tornar campeão mundial talvez não mude sua vida, então foca em aprender inglês e dar aula” então qualquer coisa que tivesse eu caía dentro. Então cheguei em casa naquela semana e falei pra minha mãe “Olha mãe, não vou estudar”, no caso eu voltei a estudar graças a minha networking, mas decidi me dedicar full time no jiu-jitsu, mas já na intensão de aprender a ser professor, não só de ser competidor, mas minha ideia maior era competir pra aprender, fazer meu nome, claro pra ganhar o máximo possível que eu conseguisse, mas que eu pudesse me formar também como professor, então eu queria estar em todas as aulas de criança, de adulto, defesa pessoal, MMA, vale tudo, campeonato, organização, tudo envolvido com o jiu-jistsu eu queria estar envolvido, e comecei a idealizar que aquilo seria meu futuro e ali plantei essa semente. Eventualmente, a Letícia Ribeiro, grande campeã, uma irmã, uma pessoa que eu amo, ela conquistou um patrocínio da faculdade da cidade na época, ela conseguiu uma bolsa pra fazer educação física e no meio da bolsa ela conseguiu com o reitor do campos a oportunidade de algumas pessoas, pagando uma taxa praticamente simbólica, então eu consegui me formar nos 4 anos sem perder uma matéria, me esforcei muito, a universidade ficava em Vargem Grande, contei com a ajuda de vários amigos que se formaram lá também, inclusive da Letícia com caronas, mas na grande maioria das vezes eu tinha que acordar às 4:45 da manhã pra pegar um ônibus para rodoviária, depois uma kombi ou outro ônibus e andava pela estrada, foi um período de muitos obstáculos, muita fé e perseverança, porque eu sabia que me formar ia me ajudar a ser um melhor professor, um melhor coach, hoje que moro no Canadá e sou líder de uma equipe e tenho um sistema de ensino, uma metodologia formada, eu vejo qual foi a importância da minha formação e vejo que valeu a pena, é uma base muito boa e em um período que eu precisava de um suporte financeiro, a educação física no Brasil me salvou, trabalhando com fitness, spinning, personal etc.


Quis saber como o MMA entrou na vida dele :

 Então o MMA foi um caminho natural, uma das maiores inspirações foi o Royce Gracie, bem no ano que ele arrebentou foi o ano que eu comecei, então já tinha tido um conhecimento do que era o vale-tudo, então com tudo isso eu aprendi muito sobre jiu-jitsu como arte marcial e como defender a bandeira do jiu-jitsu, como amar o jiu-jitsu e como confiar no jiu-jitsu, porque o Rickson, como ninguém, tem o poder, com as palavras, de ti passar e a energia dele é uma coisa fora do comum. Mas como eu comecei a querer lutar MMA, como isso já era um objetivo né, já tinha isso no meu imaginário, então acho que em 98, Morango, Fabrício, Cristiano começaram a treinar pra fazer um vale tudo lá no Mato Grosso, que o Cristiano ganhou o GP e o Morango acabou fazendo a final com o Anderson Silva, mas na época foi o primeiro vale tudo dos caras, e eu era sparring então começamos lá a aprender boxe e tivemos um grande professor de boxe o Gut, foi formado na Nobre Arte, então ele foi dando os primeiros passos ali com o boxe, e começamos a entender o vale tudo clássico e eu querendo fazer minha oportunidade, ficando mais consistente na competição do jiu-jitsu, e quando eu era faixa marrom, comecei a treinar muay thai com Artur Mariano, depois o Cristiano mudou pra Curitiba isso trouxe uma inspiração né, de ver as coisas andando e aí cara, foi natural, apareceu uma oportunidade em 2004, lutei o Storm Samurai, dali em diante eu não parei de lutar, até 2012 quando eu tive uma lesão séria no meu braço, quebrei meu braço em uma luta, e aí eu tive que dar uma atenção maior pra minha saúde por conta da minha esposa que tinha acabado de ter o meu filho, então comecei a dar uma atenção maior para a minha academia e meu filho. Enfim, o vale tudo foi isso, fiz minha última luta mês passado, infelizmente eu perdi, mas foi uma experiência maravilhosa, 24 lutas 12 vitórias 10 derrotas e 2 empates, quando lutei com Marcelo Brito em um outro Storm, eu tava tentando pegar as pernas dele e ele me batendo muito, o juiz parou a luta, e daquela luta em diante minha vida virou, encontrei Deus, então eu tenho muita gratidão. O jiu-jitsu competição me ensinou muita coisa, mas o vale tudo, o MMA ele me levou em um outro nível de entendimento pessoal, porque o estresse maior faz com que vc consiga trabalhar mais o controle emocional, então o teu controle só melhora quando você se conhece muito Intimamente e aceita seus erros , aceita tuas fraquezas e o vale tudo trouxe isso pra mim, e aquela derrota eu tava com muita coisa errada na minha mente, nunca fui um cara errado, de pensar coisas erradas, mas minha mente não estava forte, de entender o risco de perder, ganhar, etc. Espiritualmente foi a melhor experiência da minha vida, porque encontrei Deus depois dela. Se eu pudesse faria tudo de novo!



Aqui no Canadá também, foi muito legal o MMA, vale tudo, porque quando eu cheguei aqui eu já cheguei meio que formado, eu tive a sorte, a benção, ele teve a oportunidade de trazer um professor para dar aula em Toronto, e ele me ofereceu, eu aceitei, foi uma benção de Deus na minha vida, mas acho que vou demorar muito falando sobre isso, passei uma noite toda horando, pedindo a Deus, já estava deprimido em casa pedindo a Deus para que ele me permitisse realizar o sonho da minha vida, que é dar aula de jiu-jitsu, viver do jiu-jitsu, e no outro dia o Saulo me ligou, e na hora eu consegui entender que era Deus me dando a oportunidade, eu não quis nem ouvir oque era a proposta, só fiquei sabendo que era no Canadá e falei :  “To dentro!!”. E o foi isso, cheguei aqui, era o dia da minha primeira luta aqui no Canadá, um nocaute de 18 segundos, ganhei um cinturão e um bônus, que já me colocou aqui em um patamar diferente, sem contar do conhecimento que o Dida e o Maurício passaram pra mim, tanto em termos técnicos quanto filosóficos das escolas Chute Boxe , pude ter ali dois professores particulares o tempo inteiro comigo, me moldando, isso que mudou minha forma de lutar pra caramba, eu já tinha a base forte porque no Brasil eu vim da academia Gracie e de lá eu passei a treinar o MMA no time da Black House, onde eu tive experiências incríveis, onde eu pude testemunhar o treinamento do Vitor Belfort, do Anderson Silva, cara o cara era o exemplo, o primeiro a chegar, o último a sair. A experiência na Black House foi muito boa, tenho uma gratidão muito grande, e quando cheguei no Canadá, caí de cara com o Dida e o Maurício, o Dida que teve uma influência muito grande nisso tudo, cheguei muito perto de lutar o UFC, porque na província que eu moro o MMA era proibido, eles conseguiram obter essa legalização do MMA, então consegui fazer uma luta em um evento que eu tinha um contrato assinado, que era de um canal de televisão como se fosse o Sport Tv no Brasil, na mesma estrutura de um UFC e antes do UFC chegar oficialmente eles fizeram esse evento pra captar atletas que pudessem fazer parte desse card, então foi um card histórico aqui no Canadá, principalmente onde eu moro, foi o primeiro evento legalizado de MMA, e eu fiz parte desse evento, eu fiz a luta do ano com o atleta Jason Yan, acabou o evento e ele assinou com o UFC, ele ganhou na decisão, mas a luta foi a luta do ano, a gente saiu na porrada, qualquer dia vou baixar essa luta aí pra galera que quer ver uma ação legal, e foi legal pra caramba, mas infelizmente eu não consegui realizar meu sonho de assinar com o UFC, eu tentei, fiz dois Tuffs trails, mas assim, o jiu-jitsu me ensinou que na vida agente tem que tentar tudo, e entregar nosso melhor, e oque tiver que ser vai ser e o que não foi, agente aprende com os erro e melhora e foi isso que eu fiz, tenho uma gratidão muito grande por essa minha carreira no MMA, vale tudo, que me formou como homem, como pessoa,  hoje eu tenho uma confiança muito grande em ser professor de jiu-jitsu em qualquer lugar.



Pedi para falar da infância e de pessoas de suma importância na sua vida como Fabricio Morango, Cristiano Marcelo e outros :


Eu perdi meu pai muito novo, 8 anos de idade, então você tem uma carência de uma figura paterna. Fui moleque de rua, eu ia aprendendo com uma pessoa ou com outras, vendo os outros que tinham um pai, o quê os pais falavam. Por que assim... ser pai é difícil, mas minha mãe foi meu pai também, ela ficava ocupada correndo atrás, nós passamos fome. 

Foi um período muito difícil na minha vida. Ela entrou em um relacionamento abusivo, mas enfim, nós superamos isso e o  Jiu jitsu veio, Fernando Nutry Baby  uma figura muito importante, mas devido ao tempo que ele passou na minha vida quando eu e cheguei na Gracie. O Vini, apesar do Saulo ter sido um grande irmão mais velho, muito importante na minha vida, que também foi um mentor importantíssimo, mas o Vini foi um pai. Ele abraçava a tua causa, ouvia o teu choro, te dava aquela palavra e aquele conselho que você ouvia e sabia que daqui há um tempo iria fazer sentido, não te travava, te dava liberdade. 

O Vini foi um pai, um pai! Me ensinou coisas básicas de como me portar socialmente em alguns lugares, sabe? Educação de pai mesmo. Te dava esporro quando você tinha que levar esporro. A gratidão que eu tenho por ele é eterna, eu amo o Vini. Acredito que todo mundo que anda com ele o ama, acho muito difícil não gostar dele. Olha...inspiração acima de qualquer coisa,  o Royler é um cara que eu vi e falei assim: “Quero ser igual a ele”. Era pai, lutador, professor, atleta, casca grossa, saudável. Tudo o que o Royler fazia e falava era pra gente e era impressionante, você pensava “caracas!”. Até quando íamos a academia e ele aparecia tinha uma energia positiva. Então eu vejo que ele é um cara com padrão, ele é o padrão. O que o Royler faria nessa situação? Entende? Como professor, como pai, professor quando tem que fazer muitas decisões eu tento pensar em como o Royler pensaria. Pois ele tem tudo do pai, tudo do irmão e ele executa. É um cara que ele que faz acontecer, ele acontece. Você vê que ele não para de dar seminário, ele não para de dar aula, encarou todos os desafios. O cara lutou com Sakuraba, tem noção do que é isso? É um herói, um ídolo máximo, porque nós tivemos a felicidade de conviver. É muito difícil poder falar isso. 

Fabricio Camões, um irmão mesmo, irmão ídolo, sabe? Aquele que você vê mais velho. Vou botar ele e o Cristiano no mesmo patamar pois eu idolatrava meus irmãos. Eu olhava os caras e falava “Caracas, os moleques são fod@, kr@lho o moleque vai lutar.” Pegava dois ônibus, pedia carona na estrada para estar ali onde ele estava. O Cristiano, foi lutar GPS de Vale Tudo nós torcíamos pra ele no Vale Tudo e era quela inspiração para a gente. Sem contar tudo que eles ensinaram, os treinos, as viagens, as farras. É, cara, são irmãos mais velhos que Deus me deu. Nem tão velho assim por que os caras não são velhos, são um ano mais velhos que eu e como eles estavam na minha frente no jiu jitsu sempre, quando eu era roxa o Cristiano era, eu acho, marrom. Então eu sempre os admirava. São meus irmãos mais velhos naquela hierarquia do jiu jitsu.



Quis saber também de como ele mantém essa chama acessa de competição :

Bom, sou em cara que acabei me acostumando a me manter ativo, até mesmo por essa inspiração do Royler que não para. Então fui me acostumando a não parar, fui usando o meu tempo o máximo possível. Dou aula todo dia, treino todo dia, como bem, não faço uso de drogas, não bebo. Não estou aqui julgando ninguém, só estou falando que é meu estilo de vida, eu curto meus filhos, vou ao parque e volto, treino, corro, malho, então toda vez que eu posso competir, que eu consigo, que eu me permito hoje em dia pois não estou lutando tanto MMA, lutei uma luta ano passado, mas não é mais o meu foco principal, ate mesmo quando eu lutava MMA eu não parava de competir no jiu jitsu. Competir jiu jitsu virou pra mim um hobby



. Quero sempre estar me testando e trabalhando meu controle emocional e eu sei que o campeonato é uma oportunidade grande. Adoro a competição do Jiujitsu, ainda que eu não acredite que ser totalmente voltado para a competição, então, eu, como professor, como líder tenho que liderar, por exemplo, encorajando muitos meus alunos a competirem por que? Não porque eu quero que eles sejam campeões, mas por que dentro de um nível de vida de cada pessoa, as vezes competir Jiujitsu é o maior desafio que aquela pessoa vai enfrentar. Às vezes, nós que viemos do back ground mais old school somos acostumados a pancadaria e porrada. Só que hoje em dia tem cara que vem aqui treinar comigo, na minha academia, nunca teve uma discussão; então como ele vai saber de portar numa situação de alto estresse? Nada melhor do que uma competição pois pra ele aquilo é o mais próximo que ele vai chegar de um vale tudo ou MMA. Assim ele vai ter que trabalhar o controle emocional desde do momento que se registrou no campeonato ate a final. Acredito que todo mundo passa por isso e quanto mais eu tenho ferramentas de controle emocional, ansiedade e disciplina, não comer errado pra treinar, para assim aliviar o estresse pois atualmente isso pode levar à outra coisa. A competição serve pra isso. Não me preocupo muito se vamos ganhar ou perder, acaba que vira uma rotina. Quando eu fui para o RJ, no meio da pandemia, que fui dar uma aliviada mental, comecei a treinar na Chekqmat, lugar nota mil. Cheguei e falei “cara, é aqui que eu vou competir.” Toda vez que eu estava no Brasil, chegava numa época off season, não tinha campeonato quase, tinha pouco tempo, mas dessa vez eu estava com bastante, fiquei três meses e competi o máximo que eu pude. 

Quando tiver tempo dentro de todas as coisas que eu faço que é tomar conta da minha associação, a que eu trabalho com Abu Dhabi organizando o campeonato deles. Tem um circuito de campeonatos meu chamado de Max Gem, tem minha associação na Jiujitsu For Life Team, são as academias que atuam lá, uma das maiores do Canadá. Temos aula o dia inteiro. Então as vezes fica complicado eu me colocar na competição pois, não que eu não tenha tempo de treinar, mas eu, as vezes vou a uma competição com 70 alunos, então se você quer dar atenção para eles, eu já não sou mais o foco pra eles, não é para mim, são para eles. Daí eu acabo não competindo, mas eu tento estar em pelo menos na “pista”, como fala o meu antigo professor, o Fernando  Nutry Baby, correr os campeonatos de todos old school. Estar ali me testando e dentro da minha categoria, as vezes nós fazemos uma força e não foi diferente lá no RJ, que eu estava com tempo pra caramba pois estava tudo fechado, tudo parado, sem competir. É um trabalho que me completa, que me faz muito bem, adoro competir adoro estar me testando adoro a adrenalina do campeonato que é inigualável. É amor mesmo, paixão!



Pedi que deixasse seus agradecimentos e mensagens : 

Gostaria de agradecer a você Olivar a oportunidade, é sempre bom dividir , sei que as pessoas vão aprender com meus erros ou com alguma coisa que eu tenha feito de certo, agradecer a Deus por tudo que ele fez acontecer e que ainda vai acontecer na minha vida, agradecer a todas as pessoas que passaram na minha vida , a todas as pessoas e patrocinadores que me deram suporte, a todos meus alunos, a galera que temos no Brasil, estamos tentando crescer com humildade, contribuir para o crescimento correto do Jiujitsu , vim para o Canadá ajudar o crescimento da Ribeiro Jiujitsu dai abri do Mestre Saulo depois de um crescimento bom, orgânico e vejo minha academia saindo da raiz que é a Gracie Humaitá e que foi Ribeiro e hoje é Jiujitsu For Life Team , que tem um significado simples que é o Jiujitsu para a vida, pois acredito que o Jiujitsu é uma ferramenta para crescimento pessoal por toda a vida, podemos usar essa filosofia para ser um ser humano melhor, viver melhor, viver em evolução, é isso que eu quero ensinar e viver , em breve estaremos lançando um curso on line em português que nos ajudou bastante aqui com nossos professores, na nossa evolução, quando for a hora vou te pedir uma força para divulgar , abrange tudo desde como se comportar a execução de tarefas, detalhes e irmão, nunca deixar de sonhar e ter fé em Deus , a vida é curta e a minha filosofia de vida é viver cada dia como o melhor da minha vida, não sei se conseguirei que todo dia seja o melhor, mas o fato de dar o meu melhor torna a minha semana melhor, que o meu mês seja bom e os meus anos melhores , pois como estava dizendo outro dia Mestre Rickson um dia desses, o que importa é o agora, fazer o melhor hoje, é como agora, tentei o meu melhor ao te dá essa entrevista Olivar , respondi com coração, com todo amor e carinho , o que você precisar é só falar que farei de tudo para ajudar, muito obrigado, força e honra !









Espero contribuir contando essa história de Jorge Brito a todos os praticantes de Jiujitsu que por ventura ache que tenha alguma dificuldade, que siga esse exemplo de garra, determinação e fé .


                                              Olivar Leite.



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