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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

PAPO RETO COM RICCARDO RAMBO.







" Nos anos 80, a musculação como é chamada o treinamento de força aqui no Brasil, era simples, baseava-se nas teorias que foram construídas nos anos anteriores, tinha influência de várias escolas de treinamento e era muito prática e aplicável.
Depois, nos anos 90, ela deu um forte passo, muitas pesquisas confirmaram o resultado positivo da última década e complementaram a teoria que já existia.
A partir do ano 2000, parece que todo mundo quis "tirar um pedaço do bolo" e a musculação começou a ser usada para fins realmente válidos (como diminuir o sedentarismo) e outros não tão nobres (como ganhar dinheiro de qualquer jeito).
Nesse cenário apareceram as máquinas hipersônicas (que só elevaram absurdamente o preço das mensalidades) e academias perfumaria (que até hoje vendem ambiente climatizado como grande diferencial, por exemplo). Também nessa época nasceram cursos e mais cursos na área e, o que era para ser bom (elevando a competência técnica do professor) se tornou uma grande desgraça.
Aos poucos, a teoria do treinamento solidamente construída, foi dando espaço a uma "ciência" capenga e mal feita com suas ridículas hipóteses e interpretadas por pessoas que absolutamente entendem de treinamento.
Algo muito ruim estava sendo desenhado.
Duas raças apareceram: o imbecil prático sem argumento e o ignorante com papel debaixo do braço. As duas raças querendo "dar treino" e querendo aparecer no mundo midiático marketing.
Neste "mundo", a pessoa (o conhecido como cliente) foi esquecida (esquecida de fato, esquecida "tecnicamente").
Mas o sistema é foda. Corta a mão para salvar o braço. Se reinventa.
Criou-se o "novo". Para aparecer mais e vender mais.
E os novos zumbis de redes sociais compraram! Clientes de academia e profissionais de educação física (principalmente os recém-formados). Sem nenhuma reflexão ou pensamento crítico. Compraram o que as duas raças vendiam: novidades, sensações, vantagens, facilidades, rapidez. O imbecil prático chamava de "motivacional" ou "diferenciado" e foi salvo pelo aparecimento do funcional. O ignorante com papel debaixo do (fino) braço chamava de "quebra de paradigma" e foi salvo por técnicas de lavagem cerebral.
E todo mundo comprou.
Culpa de quem apareceu nessa última década na área da educação física (gurus, "coaches", doutores, novos formados)
Culpa de quem está na "liderança" da educação física (faculdades, crefs, editoras, políticos).
Culpa dos "antigos" profissionais que ficaram em cima do muro.

Culpa do cliente que compra essas merdas: você também é responsável! "





                                                                 Olivar Leite.

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