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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

ARTIGO: MUSCULAÇÃO APLICADA AO ESPORTE - RICARDO BARROS.



Musculação aplicada ao esporte
Ricardo Barros

Não basta apenas treinar força ou ainda utilizar inadequadamente meios e métodos de esportes como o levantamento de peso olímpico (“weightlifting”), levantamento de peso básico (“powerlifting”) ou do culturismo (“bodybuilding”).
A musculação orientada para estes esportes não melhora o rendimento do atleta em níveis acentuados e podem até causar uma bioadaptação negativa.
O treinamento de força na atualidade é uma parte integrante e muito importante da preparação física dos atletas da atualidade em todas as modalidades esportivas. É a “arma” mais atual e poderosa na otimização da performance esportiva e sua eficácia depende muito da seleção correta dos meios (exercícios), dos métodos (execução dos exercícios), da organização (“periodização”) e de sua aplicação.
A musculação na preparação física para o esporte deve possuir um caráter específico e especializado. A força dos músculos durante ações motoras se manifesta sob várias formas nos esportes, com maior ou menor resistência ou ainda com mais ou menos velocidade. Então, os meios e métodos de treinamento também devem ser específicos, adequados ao regime de trabalho dos músculos no exercício competitivo e, sempre com o favorecimento da técnica. Esse “tipo” de força recebe o nome de força especial.
A “Preparação Física de Força Especial” (PFE) também é um termo utilizado quando se relaciona a musculação e a preparação física desportiva e foi usada pelos russos a partir dos anos 80.
A “chave do sucesso” na PFE consiste na observação de qual capacidade de força treinar, quais exercícios escolher, como treinar e quando treinar.
Aqui estão algumas definições das capacidades de força e observações de como aplicar o treinamento.

Força máxima.
É a maior força disponível que o sistema neuromuscular pode mobilizar através de uma contração voluntária máxima.
Existem vários fatores que afetam a força máxima (já forma relatadas 38) como por exemplo: o grque trabalham em um determinado movimento), coordenação intramuscular (dentro do mesmo músculo), proporção de fibras musculares, hiperplasia muscular, nível de mobilização psicológica e etc.
Pode ser a força base de treinamento para as outras capacidades de força (desde que seja assegurada sua transferência nas outras fases de treino) e deve ser desenvolvida no período preparatório, longe da competição.
A musculação tradicional com máquinas e pesos livres e, a utilização de exercícios básicos como o agachamento, desenvolvimento supino e levantamento terra constituem o meio normalmente utilizado no desenvolvimento da força máxima.

au de hipertrofia muscular (secção transversa do músculo), coordenação intermuscular (entre músculos Força rápida.
Compreendem a capacidade do sistema neuromuscular de movimentar o corpo, parte do corpo ou objetos (não muito pesados) com uma velocidade máxima. É a aplicação de força com velocidade, estimulando as fibras musculares de contração rápida. Possue duas “subcategorias”: a força de saída e a força explosiva (potência).

Força de saída.
É a capacidade de empregar o maior número possível de unidades motoras (que formam o músculo) no início de uma contração, de um movimento.

Força explosiva.
É a capacidade de desenvolvimento da força (a maior possível) em um curto espaço de tempo. Os levantamentos olímpicos (arremesso e arranque), exercícios realizados com aceleração compensatória (método de treinamento desenvolvido na Rússia, onde se executa um movimento na fase concêntrica com velocidade máxima em todos os ângulos) e, exercícios de saltos e arremessos de bola medicinal (chamados no ocidente de pliometria) são muito eficientes para treinar a força explosiva em períodos mais próximos as competições.

Capacidade reativa do músculo.
É a forma de potente esforço do músculo (capacidade de reação específica e explosiva) durante a transição rápida do trabalho negativo ao trabalho positivo, em um determinado movimento.
O salto profundo (método de choque) criado na Rússia pelo Dr. Yuri Verkhoshanski é a melhor e fundamental forma no desenvolvimento da força reativa.



Força de resistência.
É a capacidade de diferentes grupos musculares executarem um trabalho físico especial, sem reduzir sua eficácia durante um tempo prolongado. Treinando esta capacidade de força, a capacidade oxidativa dos músculos é melhorada e, consegue-se um aumento do limiar de lactato (anaeróbico).
Pode também ser utilizada na preparação geral do atleta, fase de adaptação anatômica e funcional.

Finalmente, é fundamental lembrar que para realizar o treinamento de musculação para a melhora da performance esportiva, deve-se primeiro provocar adaptações morfológicas e, depois, adaptações funcionais. O atleta deve ter uma considerável estrutura muscular para “agüentar” e concretizar as demandas impostas da preparação especial de força, de grande volume e intensidade. O tradicional método de “bodybuilding” pode ser uma das formas utilizadas para este objetivo de “preparar” o atleta.
A preparação especial de força pode ser realizada na sala de musculação com máquinas e pesos
livres, que são os meios tradicionais mais estudados, seguros e de fácil aplicação e controle de carga. Também são mais sistemáticos para a realização do processo pedagógico, de ensino de ações motoras ou movimentos. Porém isso é apenas verdade no ocidente. No oriente (Rússia, Alemanha, etc.) a história é outra...
Outros recursos que podem ser utilizados são bancos, bola suíça, borrachas e elásticos, escadas, rampas em aclive e declive, terrenos irregulares como areia e grama, barra fixa, espaldar, banco sueco, sacos de areia e outros. Cada tipo de material será mais eficiente para cada tipo de força a ser desenvolvida e para cada tipo de movimento específico.

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