" Junho e dezembro são meses festivos para nós, que vivemos o
mundo da Gile Ribeiro College Jiu Jitsu, existe um evento: a troca de faixas na
equipe. Eventos estes que são acompanhados de muita expectativa. A faixa, nas
artes marciais, têm a função básica de diferenciar os praticantes de acordo com
o nível técnico. Um grupo de alunos sempre é heterogêneo; alguns praticam há
mais tempo, outros aprendem mais rápido…então, a faixa pode ser considerada a
“identidade” do lutador. A maioria das equipes de Jiu-Jitsu respeita os
interstícios estabelecidos para as trocas de faixa. Desta forma, o lutador pode
ter uma ideia de quando está apto a avançar na graduação. Mas o “tempo de
serviço” não é o único critério para a graduação. O nível técnico é tão ou mais
importante do que o tempo de prática. Outros aspectos de avaliação variam
sensivelmente de equipe para equipe, de professor para professor. O lutador que
sabe que será graduado passa o ano em contagem regressiva. Conforme a graduação
se aproxima, uma retrospectiva da atual faixa vai sendo feita, os acertos e os
erros vão sendo lembrados, a ansiedade torna-se quase incontrolável. Falo agora
por experiência própria, mas conheço diversos relatos idênticos ao meu: nunca
me senti preparado para receber a próxima faixa. Por mais que estivesse. Essa
situação acontece porque o nosso exemplo mais pungente da faixa de cima é, via
de regra, o cara mais casca grossa da equipe, o multi campeão, o super técnico,
o incansável, ou o camarada que reúne todas essas características! Nunca nos
vemos no mesmo patamar desses atletas, aquela dúvida e aquele frio na barriga
insistem em não passar. Mas os bons professores enxergam isso nos seus alunos.
E se o seu professor acha que você tem condições de ser graduado, não há o quê
se questionar. As avaliações trazem um personagem novo à discussão: o lutador
que achava que seria graduado e não foi. A decepção é inevitável, a chateação
não tem tamanho, os questionamentos não têm fim. Mas se você não foi graduado
desta vez, tenha a certeza de que ainda há uma missão a cumprir na sua faixa.
Você pode não estar maduro o suficiente para subir de faixa, a lacuna a ser
preenchida para isso pode ser técnica, pode ser comportamental ou pode ser que
você ainda seja importante por um pouco de tempo na sua faixa para a evolução
dos menos graduados do que você. Acredite, seu professor sabe o que está
fazendo. Particularmente, acho que depois do evento da troca de faixas onde a
sua faixa nova não veio, vale muito aquela conversa com o professor para saber
o que se pode melhorar para a nova temporada que se inicia com o novo ano. Por
fim, devemos entender que a cada faixa que subimos, a nossa responsabilidade
aumenta, e muito. É uma espécie de seleção natural. Vamos saindo do meio da
multidão e ganhando destaque dentro da equipe, os menos graduados passam a nos
olhar como referências, observam como nos comportamos inclusive fora dos
treinos, no trato pessoal, na postura marcial. Cabe a nós escolhermos que tipo
de referência queremos ser. Nunca esqueçam: Não há vitória se não houver
batalha!
CHEGOU A HORA! OSS... "
Olivar Leite.
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