quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

MARCUS COSTA: ARTIGO.







MV Trainer - Preparação Física
www.mvtrainer-preparacaofisica.com


 Segundo Parra (2013), o Bompa (2001) refere-se a resistência como a extensão de tempo em que o indivíduo consegue desempenhar alguma atividade física com determinada intensidade. Weineck (2000) define como a capacidade psicofísica do atleta em tolerar a fadiga. Para Barbanti (1996) a resistência é a capacidade de executar um movimento por um longo tempo, sem a perda aparente da efetividade do movimento.
 Já segundo Cassidori (2013). A definição do Bompa (Falastrão e Plagiador do Verkhoshansky = quase um ladrão), para variar, assim como tudo que ele escreve é péssima! EU CONCORDO plenamente!
 Então, dentro da definição do Bompa se eu começar a bater com a ponta do meu dedo na minha mesa em uma frequência de 1 toque por segundo durante 1 minuto estou manifestando resistência... Pior foi quando ele escreveu naquele livro vermelho chamado periodização que o macrociclo refere-se a um período próximo de um mês, e pior ainda, na dinâmica da capacidade de trabalho do atleta no decorrer do macrociclo (detalhe, ele não chama isso de macrociclo) no gráfico por ele apresentado, no período transitório (que teoricamente dura em torno de um mês) o atleta piora algo referente a uns 5 anos de pausa... Bompa é RIDÍCULO!
 Weineck e Barbanti são anos-luz melhores!!!
 A definição do Weineck no caso parece ser a mais lógica, porém a melhor na minha opinião é a do Platonov, Fiskalov, Matveev que de forma resumida seria, "entende-se como resistência a capacidade de superação da fadiga que se desenvolve no decorrer do trabalho"... Por exemplo, dois corredores de 800 metros aquele que consegue manter uma velocidade "x" por algum tempo devido a uma serie de propriedades fisiológicas e psíquicas superando o cansaço que se desenvolve será o mais resistente!
 Inclusive vale a opinião do Verkhoshansky (2001), onde ele associa a velocidade em modalidades cíclicas como resistência, em outras palavras em modalidades cíclicas o mais resistente será o mais rápido, e isso e comprovado pelas adaptações causadas pelo treino de resistência (que possibilitam aumentar cada vez mais a velocidade crítica mesmo sem nenhum aumento de força). Por isso o Bompa é muito ruim... ou melhor uma bosta!
 Se eu uso uma massa pequena, a minha Frequência Cardíaca aumentará um pouco para dar o oxigênio necessário para aquele músculo, se esse músculo produzir lactato, em outras palavras, forem ativadas as fibras rápidas, a frequência vai aumentar mais um pouco para eliminar o CO2, que a nível sistêmico não será grande coisa, pois foi produzido por apenas um músculo. Quando vc corre, uma grande massa é ativada, o que já demandada uma frequência entre 120-150 bpm, se o exercício supera o limiar (como é o caso do HIIT) a frequência atinge 160-180 bpm.
 A 160-180 bpm é ótimo para gerar o estresse, liberar hormônio, emagrecer, ganhar massa e etc... Porém, um pesquisador da Estônia, ainda na época da URSS, chamado Merson denominou como "defeito da diástole" um fenômeno que acontece quando o coração ultrapassa os 150-160 bpm. O defeito da diástole consiste no fato de que ocorre a sístole antes da diástole se completar, e isso faz com que o miocárdio relaxe pouco, e como já e conhecido, quando o músculo não relaxa ocorre bloqueio isquêmico. Todas as células do miocárdio são aeróbias, mas como o oxigênio não chegá-la por causa do bloqueio a glicólise se intensifica, o músculo produz os prótons e assim como no músculo esquelético vc cria a situação necessária para hipertrofia!
 Quando o miocárdio hipertrofia, algumas regiões ficam mal irrigadas de sangue, e logo em atividades intensas, vc produz uma serie de microinfartos, e devagar vc vai matando o coração. Até que de repente ele pode fibrilar. Observe que geralmente futebolistas, e outros geralmente apresentam arritmia.
 Por isso, ao invés de fazer o intervalado, é mais viável usar a musculação a fim de conseguir o EPOC e as liberações hormonais adequadas para se emagrecer.
 O prof Seluianov, que eu conheci propõe para o emagrecimento, trabalhos aeróbios durante 20-40 minutos seguidos de musculação (isoton). E a galera seca com coração saudável.
 Mas nem tudo está perdido, se o seu intervalado não chega ao ponto de diminuição do pH significativa (aquela que faz a pessoa sentir a queimação, e hiperventilar) o trabalho não vai levar a danos no coração, e ainda vai aumentar o limiar anaeróbio, pois mitocôndrias serão sintetizadas nas fibras rápidas, ou seja, nem todo treino intervalado é bom nem para resistência nem para saúde.
 Para se achar o ponto entre a produção e remoção do lactato, ajustes finos para trabalhar com grupo de perfis diferentes o controle da Frequência Cardíaca é uma boa opção!
 Porque vc não consegue saber com exatidão quanto que o lactato aumenta, o quanto que a frequência aumenta na presença do mesmo e etc, a não ser que vc esteja no laboratório. De forma geral o que se sabe e que sua frequência aumenta junto com o consumo total de oxigênio (de todos músculos envolvidos no trabalho) e mais um pouco afim de remover CO2 não metabólico. Ou seja, a Frequência Cardíaca aumenta como soma dos dois, vc pode ter lactato alto, mas se a quantidade de músculos envolvidas no trabalho for pequena a FC não vai disparar.
 Assim como exemplo do treino de braço, vc pode treinar bíceps e na pausa tríceps, até a falha e produzir muito lactato, mesmo assim sua FC não vai bater 180 bpm, pq a demanda de O2 e baixa a nível sistêmico... Ao passo que se vc fazer o arremesso (Levantamento Olímpico) em forma de serie, com 5-7 repetições vc tá a 180 bpm fácil.
 Porque no caso é a soma de muitos músculos, ou seja, uma necessidade enorme de oxigênio, mais uma exorbitante produção de lactato. Aí a FC estoura, o coração hipertrofia e pode até distrofiar se o trabalho for frequente.
 Segundo a Biologia Molecular, conclui-se que se o Treino Intervalado é muito glicolítico ele é ruim... Se ele for pouco glicolítico ele é bom. Fundamentando que quando vc ativa uma fibra, logo vc gera uma quebra do balanço ATP/AMP CP/Cr, como isso é ativada uma proteína chamada AMPK, e em seguida acontece uma serie de reações complexas envolvendo varias outras proteínas que fazem com que ocorra a expressão gênica na célula, no caso, os genes relacionados as mitocôndrias.
 Porém essa via e complexa, pq a mitocôndria pode ser codificada a partir do DNA da célula por um fator nuclear de transcrição, e também pode ser "dividida" ela pode se auto copiar devido ao fato de a mesma possuir seu próprio DNA. Quando vc apenas quebra o balanço e faz um série glicolítica vc sintetiza a mitocôndria através do núcleo, e como a carga glicolítica as destrói, aquelas mitocôndrias que sobrarem talvez venha a fazer a transcrição de algumas proteínas mitocôndrias... Ao passo que quando vc quebra o balanço ATP/AMP, mas sem gerar acidose você sintetiza através do núcleo e das próprias mitocôndrias, e sem destruí-las, ou seja, formam-se mais mitocôndrias quando vc ativa o músculo mas não gera acidose.
 Portanto se vc fazer por exemplo um trabalho intervalado onde a parte ativa dure entre 30 segundos e 1 minuto em alta intensidade vc vai gerar síntese de mitocôndria pela quebra do balanço energético e ao mesmo tempo degradação graças aos prótons. Ao passo que se vc fizer 5-6 segundos de intensidade máxima por 1 minuto de pausa a diminuição do pH será lenta, e lá pelo 4-5 estimulo vc da uma pausa de 10 minutos... Logo a síntese de mitocôndrias acontecerá sem sua degradação... Sacaram o "pulo do gato"?
 A Galera do Crossfit então... Estão com os dias contados, ou melhor, o coração? Estão se matando?




 
Depende, porque se o indivíduo treinar certo por um tempo de forma correta as respostas começam a ser diferentes. Se as fibras rápidas tiverem muitas mitocôndrias a acidose não ocorrerá, e logo esse efeito não existirá. Veja o exemplo de ciclistas de estrada, eles pedalam por varias horas sem fadigar em velocidades absurdas, ou corredores de meio fundo que no limiar anaeróbio superam 23 km/h. Essas pessoas estão tão bem treinadas que determinadas cargas não geram tais danos.
 O principio do Treinamento Desportivo descrito lá pelo Matveev ainda, já mostrava que é necessário uma preparação dos órgãos que abastecem os músculos e só depois o treino dos músculos propriamente ditos. E por causa de fenômenos como esses que se deve periodizar o treino!
 O Verkhoshanski em trabalhos no fim da década de 80 já prescrevia trabalhos nos quais o ciclo anual se dividia na seguinte sequência. Treinamento para o sistema vegetativo, depois treinamento para síntese de mitocôndrias em todas as fibras, e só depois cargas glicolíticas. Sendo assim o atleta teria o melhor rendimento e não teria danos a saúde.
 E tem outra, hoje em dia já se sabe o tempo de meia vida e de síntese de diferentes proteínas, tanto no músculo cardíaco quanto no esquelético no fundo de um trabalho glicolítico hipertrófico é facilmente aplicado o trabalho aeróbio (trabalho aeróbio não quer dizer exercício cíclico, mas sim trabalhos que aumente o potencial aeróbio do músculo) e no fim atinge-se alta densidade de proteínas contráteis e mitocôndrias sem qualquer concorrência.
 Entendam que qualquer trabalho em algum momento do ciclo anual pode ser adequado, desde que o mesmo esteja em conformidade com as leis de adaptação do organismo. Mesmo para quem compete no Crossfit, o treino não consiste de fazer a exigência da competição todos os dias, assim como um corredor de 400 e de 800 metros não imita a competição nos seus treinos. Até porque essa onda de fazer o ESPECÍFICO o ano todo já esta amplamente comprovada por uma série enorme de trabalhos publicados nos anos 90 que treinar especifico o tempo todo é um ERRO crasso!
 E tem outra galera, eu não disse em momento nenhum que se o indivíduo apresentar hipertrofia ele estará de dias contados, ou que uma modalidade "x" está de dias contados, até porque o coração hipertrofiado é uma evidência de que se aumenta o risco, mas não que necessariamente alguém irá morrer, assim como vemos por aí, de vez em quando um jogador morre, mesmo quase todos tendo alguma mudança na atividade do coração.
 Até porque os efeitos são as vezes balanceados, quem tem hipertrofia muscular e de certa forma no músculo miocárdio geralmente tem maior resistência a pressão arterial alta. Vejam o caso dos Levantadores Olímpicos que suportam coisas do tipo 32/25, ou até mesmo fisiculturistas que raramente morrem do coração (exceto nos casos que morrem pelo fato de o erro na dosagem das drogas levar a falência de determinados órgãos).

Nenhum comentário:

Postar um comentário